domingo, 16 de dezembro de 2012

Polícia dos EUA diz que atirador forçou entrada em escola onde ocorreu massacre


O suspeito Adam Lanza, de 20 anos, aparentemente rompeu divisórias de vidro ao lado da porta da frente da escola


Estadão Conteúdo
O acusado de matar 26 pessoas, entre elas 20 crianças, dentro de uma escola de ensino fundamental em Newtown, no Estado americano de Connecticut, forçou sua entrada no local, de acordo com a polícia. O suspeito Adam Lanza, de 20 anos, aparentemente rompeu divisórias de vidro ao lado da porta da frente da escola de ensino fundamental Sandy Hook para ter acesso ao interior do prédio.
“Ninguém voluntariamente deixou ele entrar na escola”, disse neste sábado Paul Vance, da polícia de Connecticut, recusando-se a responder questões sobre como exatamente Lanza rompeu as divisórias. “Ele forçou sua entrada na escola.”
Esse detalhe ajudou a solucionar uma das muitas perguntas ainda sem resposta sobre o massacre ocorrido na sexta-feira, o segundo pior tiroteio em escola na história dos EUA: como um jovem armado pesadamente foi capaz de atravessar as portas de segurança do local.

“Não foi permitida a entrada dele”, afirmou Vance. “Parece que ele quebrou os vidros ao lado das portas para entrar no prédio”, disse George Sinko da polícia de Newtown. “Isso é uma das coisas que ainda estamos analisando.”
Identificação de corpos
A polícia removeu neste sábado (15) os corpos das crianças e funcionários vítimas do massacre em uma escola em Connecticut, nos Estados Unidos. Os pais das 20 crianças assassinadas foram chamadas para identificação, informou a NBC News. Os nomes das vítimas ainda não foi divulgado.
Vinte e sete pessoas foram mortas pelo atirador identificado como Adam Lanza, na manhã desta sexta-feira (14), que depois se matou, segundo a polícia local de Newtown. A cidade de 27 mil habitantes fica a 137 km de Nova York.  As crianças mortas tinham entre 5 e 10 anos.
 
Crianças se consolam depois de ataque à escola - 28 morreram
Os outros funcionários e crianças foram retirados do prédio e levados para um quartel dos bombeiros próximo ao local, enquanto os corpos das vítimas continuavam na escola. A instituição tinha 39 professores e cerca de 650 alunos de educação infantil e primária, entre cinco e dez anos.
Massacre
O atirador foi identificado como Adam Lanza, 20. Ryan Lanza, que teve a página de Facebook divulgada depois de ser erroneamente identificado como o atirador, é na verdade irmão do suspeito e não tem envolvimento com o tiroteio. Ele foi ouvido pelo FBI, assim como Peter Lanza, pai do atirador, que era separado da mãe dos filhos.
Segundo a polícia, ele entrou apenas em duas salas. Morreram 20 crianças - 18 no local e duas em um hospital - e seis adultos. Um baleado sobreviveu. O assassino então atirou em si mesmo, se matando.
Uma 28ª vítima foi encontrada morta em casa - a própria mãe do atirador, Nancy, professora-auxiliar da escola. Segundo o The New York Times, ela foi a primeira vítima, morta em casa pelo filho com um tiro no rosto, que depois dirigiu até a unidade de ensino onde aconteceu o massacre. 

Suspeito Adam Lanza em 2005. Ele matou mãe e mais 26 pessoas e se matou
Lanza teria ido até a escola com o carro da mãe. A polícia encontrou na escola três armas, duas pistolas e um rifle de calibre .233, que aparentemente também pertenciam à mãe do rapaz. Vizinhos descreveram Adam Lanza à rede ABC como "estranho", dizendo que ele aparentava sofrer de alguma doença mental. Ele era introvertido e não gostava de chamar atenção, segundo ex-colegas. A polícia ainda não sabe o que motivou o assassino.
Entre as vítimas está a diretora da escola, Dawn Lafferty Hochsprung, que recentemente implantou um novo sistema de segurança no local. Em carta enviada aos pais de aluno, a diretora informou que depois das 9h30 qualquer visitante teria que tocar a campainha da entrada principal da escola para ser autorizado a entrar - o que só aconteceria depois que um membro da equipe usasse um sistema de monitoramento visual para permitir o acesso.
A diretora planejava que pais e visitantes se registrassem na administração da escola para facilitar o reconhecimento - caso a visita fosse alguém não reconhecido pela equipe, seria necessário apresentar um documento com foto.
Na carta, endereçada aos "membros da família Sandy Hook", Hochsprung pediu que os pais fossem pacientes com as novas regras. "Por favor entendam que, com cerca de 700 alunos e mais de mil pais, será solicitado a maioria que mostre a identificação", escreveu a diretora. Ela mesma teria autorizado a entrada de Lanza, que reconheceu como filho de uma funcionária. 
O crime aconteceu por volta das 9h30, no horário local. É o segundo massacre mais violento da história dos EUA, atrás somente do caso similar que aconteceu na universidade Virginia Tech, quando um atirador matou 32 pessoas e então se suicidou, em 2007.
Obama lamenta
"Nossos corações estão partidos hoje", afirmou Obama, que se emocionou e quase chorou durante pronunciamento televisionado. "A vida foi arrancada deles muito cedo. Como um país, já passamos por isso vezes demais. Vamos ter que tomar alguma ação apra evitar que esse tipo de tragédia aconteça", declarou, lembrando outros tiroteios ocorridos na história do país, como o do atirador que entrou numa sala de cinema na cidade de Aurora, Colorado, e matou doze pessoas.
O governador de Connecticut, Dannel P. Malloy, viajou para a cidade e também falou sobre o massacre, que chamou de "uma tragédia de condições indescritíveis". "O mal visitou esta comunidade hoje", acrescentou Malloy.
Com a tragédia, aumenta a pressão nos EUA para uma discussão sobre controle de armas. O tema é polêmico no país. Um representante do presidente Barack Obama declarou que o momento não é para o assunto. Ele informou que "hoje não é o dia" para este tipo de discussão. Apesar de falar em "tomar uma ação" para evitar tragédias similares, Obama não mencionou o tema em seu pronunciamento.

Presidente Obama fez pronunciamento à nação após tragédia nesta manhã

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