quinta-feira, 1 de outubro de 2015

POLÍCIA, Mulher que chamou funcionário de shopping de 'macacos' é policial civil

Núzia foi enquadrada no crime de injúria racial, e pode pegar de dois a cinco anos de prisão.

A mulher acusada de chamar de macacos funcionários de uma loja no shopping Barra, em Salvador, foi identificada como a policial civil Núzia Santos de Aquino, de 49 anos. De acordo com a assessoria do órgçao, ela é investigadora e estava em licença-prêmio, aguardando a aposentadoria.
Mulher que chamou funcionário de shopping de 'macacos' é policial civil
Núzia teria ofendido com os comentários racistas um vendedor
da loja Fast Shop e um segurança do shopping. Funcionários e clientes ficaram indignados e cercaram a mulher. A mulher entrou na loja de roupas Gregory e, segundo uma funcionária, a loja precisou fechar as portas para garantir a segurança de todos. "Estava uma confusão, as pessoas tumultuando", contou a fucionária que disse não saber o que aconteceu. "Ela entrou olhando as araras normalmente, como uma cliente que entra para comprar, sem pressa. Depois, só vi a polícia já aqui na frente, a confusão".
A injúria
Tudo começou quando a mulher entrou na Fast Shop, procurando por um microondas. Segundo funcionários do local, ela foi atendida por um vendedor negro e, ao ser informada que o modelo que ela queria não tinha na loja, agrediu o funcionário. A mulher chamou o vendedor de "macaco" e disse que ele parecia um "motorista de traficante".
Outro vendedor teria se aproximado pedindo para ela se acalmar e também foi agredido verbalmente, além de ter levado um tapa nas costas e ter a camisa puxada. A mulher disse na loja que era policial, informação que não foi confirmada até o momento.
Um segurança do shopping foi até ela, que deixou a loja, e também foi chamado de macaco - nesse momento, a mulher gesticulou imitando o animal. Na altura do "Mariposa", ela questionou porque estava sendo seguida já que não estava "roubando nada". Ela seguiu e entrou na loja Gregory, onde foi depois detida pela PM. Dentro da loja, ela chegou a simular um desmaio para evitar uma prisão.
Um grupo de pessoas se aglomerou fora da loja exigindo a prisão da mulher. Quando ela deixou o local, levada pela PM, gritos de "racista, racista" foram ouvidos. Segundo a Polícia Militar, todos os envolvidos foram encaminhados para a Central de Flagrantes, no Iguatemi. A assessoria do Shopping Barra afirmou que não tem detalhes do desentendimento entre cliente e funcionário e que todos foram levados para uma delegacia para esclarecer os fatos. A assessoria acrescenta que o shopping repudia qualquer manifestação racista.
Na delegacia, a acusada ainda discutiu com os vendedores. Ainda de acordo com informações publicadas no Correio, a policial está na corporação há 15 anos e tem um histórico de afastamentos por problemas psicológicos, segundo a polícia. Um inquérito policial será aberto e um procedimento administrativo disciplinar para investigar o caso.
A polícia informou que após ser apreendida dentro do shopping, Núzia foi levada para a Central de Flagrantes, e depois encaminhada para a Corregedoria da Polícia Civil. Aos policiais, a mulher afirmou que tinha vontade de se matar e era acompanhada por um psiquiatra. Núzia foi enquadrada no crime de injúria racial, e pode pegar de dois a cinco anos de prisão. 

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