quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Médica Kátia Vargas deixa Hospital Aliança em viatura da Polícia Civil

Segundo o promotor David Gallo, a médica será denunciada por homicídio triplamente qualificado

Da Redação 
Atualizada às 9h53
A médica Kátia Vargas deixou o Hospital Aliança às 9h15 desta quinta-feira (17), em uma viatura da 7ª Delegacia Territorial (DT/Rio Vermelho). A médica, que estava internada desta a última sexta (11), quando provocou a morte dos irmãos Emanuel, 21, e Emanuelle, 23, em um acidente de carro, não foi algemada.
Segundo o repórter Gil Santos, que acompanhou a saída da oftalmologista, Kátia estava chorando, com o rosto entre as mãos, e segurando um terço. Ela estava acompanhada pela titular da 7ª DT, Jussara Souza, sentada na viatura entre dois policiais, enquanto tentava cobrir o rosto. 
Kátia foi encaminhada para o Presídio Feminino, no Complexo Penitenciário da Mata Escura, onde chegou às 9h37, onde deve responder às denúncias presa. O advogado de defesa da médica, Vivaldo Amaral, acompanhou tudo e conversa neste momento com a imprensa. O advogado da família de Emanuel e Emanuelle, Daniel Keller, também está presente no presídio.  

Kátia Vargas deixa Hospital Aliança em viatura da Polícia Civil (Foto: Jurimar Soares)
Segundo o promotor David Gallo, a médica será denunciada por homicídio qualificado — por motivo torpe (intenção de vingança), por colocar a vida de terceiros em perigo e pela
impossibilidade de defesa das vítimas, que estavam de costas para a médica e com um veículo de menor porte.
Nesta quarta (16), foi ouvida a oitava testemunha do acidente. A delegada Acácia Nunes explicou que os depoimentos colhidos são convergentes e só reforçaram a teoria de que a médica tinha intenção de matar os irmãos no acidente.
A conclusão sobre o estado de saúde de Kátia, acusada das mortes dos irmãos Emanuel, 21, e Emanuelle, 23, foi apresentada  pelo Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) a partir do laudo emitido pelo Departamento de Polícia Técnica (DPT).
Médica fala em suicídio
A avaliação do DPT contesta o boletim médico expedido no início da tarde de ontem pelo Hospital Aliança, onde ela está internada desde a última sexta-feira, dia do acidente. 
Kátia disse ao médico legista do DPT que pensa em cometer suicídio. Para o advogado da família das vítimas, Daniel Keller, o laudo emitido pelo DPT não aponta qualquer indício de suicídio por parte da médica. Daniel afirmou ainda que Kátia teria sido orientada pela defesa a fazer essa afirmação. "Isso não existe. Foi orientação da defesa para que ela afirmasse isso", disse ao Correio24horas.

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Hospital Aliança e Samu na mira do MP
 Na terça, a Justiça decretou a prisão preventiva da médica e deu um prazo de 24 horas para que o hospital informasse o estado de saúde de Kátia. De acordo com o promotor Nivaldo Aquino, o MP-BA vai apurar se a direção do hospital e o Samu, que socorreu a oftalmologista após o acidente, obstruíram o trabalho da Justiça.
“Vamos avaliar se houve uma violação da norma penal”, afirmou Aquino. Segundo o promotor David Gallo, foi enviado um questionário para o diretor do hospital questionando quem recepcionou a médica, qual o procedimento padrão do hospital ao receber criminosos e a especialidade do médico que acompanha Kátia.
O Samu, por sua vez, terá que explicar o motivo da médica ter sido conduzida para um hospital particular. “Nesses casos (prisão em flagrante), a lei diz que o suspeito deve ser encaminhado para um hospital público”, ressaltou Gallo.

Familiares da médica Kátia Vargas aguardam informações em frente a hospital (Foto: Almiro Lopes)
Durante todo o dia de ontem, a movimentação de parentes de Kátia e jornalistas foi intensa na frente do hospital —na expectativa da prisão da médica.
A titular da 7ª Delegacia (Rio Vermelho), Jussara Souza, negou que a médica tenha tentado fugir do Hospital Aliança, em uma ambulância, ontem à noite. “Não existe isso. Não aconteceu”, garantiu.
A assessoria da Secretaria da Segurança Pública (SSP) também informou desconhecer qualquer tentativa de fuga da suspeita, que está sob custódia. Jussara disse que pretende ir ao hospital “a qualquer momento a partir de amanhã (hoje)”.

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