quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Vereadora discursa sem calcinha na Câmara de Vereadores

Vereadora discursa sem calcinha em protesto a declaração machista de parlamentar


Ela rebateu declarações do vereador Agamenon Sobral (PP), que criticou duramente uma mulher que tentou casar sem calcinha, mas foi barrada pelo padre.

Vereadora discursa sem calcinha em protesto a declaração machista de parlamentar
Foto: Acrisio Siqueira/CMA
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No última terça-feira (25), Dia de Combate à Violência contra Mulher, o tema principal da Câmara dos Vereadores de Aracaju foi a calcinha da vereadora Lucimara Passos (PCdoB), erguida por ela enquanto discursava da tribuna da Casa.
A vereadora rebateu declarações do vereador Agamenon Sobral (PP), que criticou duramente uma mulher que tentou casar sem calcinha, mas foi barrada pelo padre. “Ela devia ganhar uma surra de couro cru e um banho de sal”, disse o vereador, comentando sobre o tema, em entrevista a um programa de rádio na manhã de terça.
A vereadora disse ainda que se sentiu atingida com o fato, e desafiou: "Hoje vim com um vestido mais curto. Também trouxe a minha calcinha no bolso. Alguém pode me chamar de vagabunda? Alguém pode dizer que tenho de ser surrada?", questionou.
“Os senhores não podem me julgar ou julgar mulher nenhuma em função da roupa que veste ou da calcinha que usa ou que não usa! Essa calcinha não define meu caráter”, completou.
Lucimara também pediu punição ao parlamentar que fez o pronunciamento. "Esse vereador já cometeu aqui vários crimes. Antes de chamar a mulher de vagabunda, dizer que merecia uma surra, disse que ia começar a andar armado, que a população tinha de se armar, que tinha de pendurar bandido de cabeça para baixo. E essa Casa não fez nada para puni-lo; tornou-se conivente com esse vereador; não disse a ele que ele não pode proceder dessa maneira", disse.
Em resposta, o vereador contou aos veículos de comunicação de Aracaju que a colega estava querendo "aparecer" e pediu para ser "investigado". "É direito do vereador contestar. Sobre a Comissão de Ética, quero que seja efetivada porque já cansei de provar várias vezes sobre tudo o que trato aqui. Não tenho medo. A vereadora pode vir para tribuna de calcinha ou sem, como quiser, o problema é dela."
 

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