quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Feira de Santana é a 13ª mais violenta do Brasil em execução de jovens

Acorda Cidade
Feira de Santana ocupa a 13ª posição no ranking das cidades mais letais para jovens. Os dados foram divulgados hoje (28) pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), o Laboratório de Favelas e o Laboratório de Análises de Violência da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
As informações se referem a cidades com ao menos 100
mil habitantes e apontam que mais de 42 mil homicídios de adolescentes de 12 anos a 18 anos devem ser registrados desde 2013 até 2019. A pesquisa analisou dados de 2012 para compor o Índice de Homicídios na Adolescência (IHA), que estimou 3,32 mortes para cada mil habitantes nessa faixa etária. O indicador cresceu 17% em relação a 2011 e foi o maior registrado desde 2005.
De acordo com a 5ª edição do IHA, dentre os cinco estados brasileiros mais letais para jovens quatro ficam na região Nordeste, como a Bahia, que é o segundo estado do país com a maior concentração de assassinatos na faixa etária analisada. Dentre as cidades baianas está Feira de Santana.
O município de Itabuna, no sul da Bahia, lidera o ranking em número de homicídios. Em relação às capitais, Salvador é a terceira mais perigosa para adolescentes.
O estado de Alagoas lidera o ranking com um Índice de Homicídios na Adolescência (IHA) de 8,82. A Bahia vem logo atrás com índice de 8,59, seguido pelo Ceará, com 7,74. Em quarto lugar aparece o estado do Espírito Santo, na região Sudeste, com índice de 7,15. Logo após, aparece a Paraíba - também no Nordeste -, com índice de 6,04.
Entre 2005 e 2007, a taxa caiu de 2,75 para 2,56, voltando a subir no ano seguinte. Em 2009, o indicador chegou perto de 3, com 2,98 óbitos para mil adolescentes nessa faixa etária, mas voltou a cair em 2011, para 2,84. Em 2012, pela primeira vez, a taxa superou os 3 pontos.
Ao comparar regiões do país, o índice aponta uma situação quase três vezes pior no Nordeste que no Sudeste – regiões que ocupam as duas pontas da taxa de homicídios. Enquanto o Nordeste tem a maior taxa – de 5,97 para cada mil, o Sudeste tem a menor – 2,25 para cada mil.
De acordo com a pesquisa, 36,5% das mortes de adolescentes são causadas por homicídios, enquanto na população em geral o percentual é 4,8%. 
Em relação ao perfil dos adolescentes com maior vulnerabilidade, o estudo revela que a possibilidade de jovens negros serem assassinados é 2,96 vezes maior do que os brancos. Além disso, os adolescentes do sexo masculino apresentam um risco 11,92 vezes superior ao das meninas, sendo a arma de fogo o principal meio utilizado nos assassinatos de jovens brasileiros.
Hoje, os homicídios representam 36,5% das causas de morte dos adolescentes no país, enquanto para a
população total correspondem a 4,8%. Para a elaboração do IHA, foram analisados 288 municípios. 
Para mudar essa realidade, a Secretaria de Direitos Humanos anunciou a criação de um Grupo de Trabalho Interministral que vai elaborar um Plano Nacional de Enfrentamento à Violência Letal de Crianças e Adolescentes. O plano vai se inserir nas propostas do governo federal para assumir a responsabilidade pela segurança pública ao lado dos estados e municípios.
 

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