quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Baví conheça fatos e Histórias desse Clássico Baiano

Ba-Vi é o nome que se dá ao clássico de futebol em que se enfrentam os principais clubes da cidade de Salvador e doEstado da Bahia, o Esporte Clube Bahia e o Esporte Clube Vitória.
Pela grandeza das torcidas, representatividade e tradição dos dois clubes envolvidos, é o maior clássico da região Norte-Nordeste e um dos maiores do Brasil, envolvendo o "Esquadrão de Aço" e o "Leão da Barra", que alimentam essa rivalidade há mais de 80 anos, em confrontos desde 1932.[2] [3]
O primeiro jogo entre os dois clubes foi realizado no antigo Campo da Graça, mas o clássico só viria a atingir a dimensão que possui hoje e atrair um número maior
de torcedores graças a construção do antigo Estádio Octávio Mangabeira (atual Arena Fonte Nova), onde foram disputados a grande maioria dos Ba-Vis. De 1986 pra cá, muitos clássicos passaram a ser disputados também na casa do Vitória, o Estádio Manoel Barradas, conhecido como Barradão.
Em nove edições da Copa do Nordeste, o Ba-Vi decidiu três, com duas conquistas do Vitória (1997 e 1999) e uma do Bahia (2002), sendo este o único clássico estadual a atingir uma final do "Nordestão".
O primeiro Ba-Vi da história, realizado em 1932 no antigo Campo da Graça.
Bahia, campeão da Taça Brasil de 1959 e do Campeonato Brasileiro de 1988, e vice em 1961 e 1963, e bicampeão da Copa do Nordeste (2001 e 2002) e o Vitóriavice-campeão brasileiro de 1993 e da Copa do Brasil de 2010, além de pentacampeão do Nordeste (1976199719992003 e 2010), construíram sua rivalidade um pouco mais tarde que a maioria dos grandes clássicos do futebol brasileiro.
Isto porque o Bahia, fundado em 1931, à altura do primeiro confronto ainda se popularizava no futebol soteropolitano e baiano. O Vitória, apesar de fundado em 1899 (um dos primeiros clubes do Brasil) e de ter sido um dos pioneiros em criar um departamento de futebol no país, em 1902, só passou a dar real importância ao futebol na década de 1950. Antes, a prioridade do rubro-negro eram os esportes aquáticos, com destaque para o remo. Daí a origem da alcunha "Leões da Barra", visto que muitos dos seus remadores praticavam o esporte na região da Barra.

O primeiro Ba-Vi[editar | editar código-fonte]

A primeira partida entre os dois clubes, porém, foi realizada muito antes disto. Ainda em 10 de Abril de 1932, às 16h05, no antigo Campo da Graça, Bahia e Vitória se enfrentavam pela primeira vez, em partida apitada por Vivaldo Tavares. Mas, com um detalhe: o Ba-Vi inaugural teve apenas 20 minutos. Isto porque o jogo foi válido peloTorneio Início do Estadual daquele ano. Tal competição era muito tradicional à época e servia como uma preliminar do Campeonato Baiano. Composta por todos os participantes do estadual, era disputada em jogos eliminatórios de 20 minutos, num mesmo dia e local.
À época do primeiro confronto, a dupla Ba-Vi vivia momentos distintos. O recém-nascido Bahia era só alegria. Fundado em 1931, ano anterior ao jogo, havia conquistado oCampeonato Baiano logo em sua primeira participação. O time era a grande sensação da cidade. Por outro lado, o futebol do já trintão Vitória atravessava uma fase de instabilidade, porque ainda não havia adotado o profissionalismo. Em 1932, o rubro-negro decidiu voltar à disputa do Baianão após um tempo de ausência, talvez motivado pelo sucesso do novato Bahia logo em seu primeiro ano.[4]

Escalações
Bahia: Teixeira Gomes; Leônidas e Odilon; Mílton, Canoa e Gia; Bayma, Wanderley, Raúl, Rubinho e Gambarrota.
Vitória: Walter; Gilberto e Alencar; Raymundo, Zezito e Carneiro; De-Vecchi, Manelito, Romeu, Coutinho e Zelito Magalhães.

Com um time melhor, mais entrosado, base formada ao longo da campanha do título estadual de 1931, o Bahia foi para cima do futuro arquirrival Vitória, que entrou em campo com um time recém-formado. Logo no primeiro ataque, Gambarrota recebeu na direita, passou por De-Vecchi e chutou por cima do gol. O detalhe é que De-Vecchi era goleiro, mas estava improvisado no meio-de-campo rubro-negro, prova do quão pouco era priorizado o futebol no clube. Perto do fim do primeiro tempo, Raúl recebeu na entrada da área e chutou no cantinho do goleiro Walter, para fazer o primeiro gol da história dos Ba-Vis. O tricolor ia para os vestiários tranquilo. Além do 1 a 0, tinha dois escanteios de vantagem sobre o adversário. O número de "esquinados" era o segundo critério desempate. Gambarrota, de cabeça, e novamente Raúl completaram o placar no segundo tempo, 3 a 0 para o Bahia.
O primeiro clássico oficial e de 90 minutos foi realizado cerca de cinco meses depois, em 18 de Setembro de 1932.[5] A exemplo do que aconteceu no jogo anterior, o Bahia venceu o primeiro Ba-Vi de 90 minutos por 3 a 0. Desta vez, com gols de Guarany, Bayma e Raúl. A partida teve arbitragem de Osvaldo de Souza e renda de um conto (milhão) e 206 mil-réis.[6] A importância do jogo pode ser percebida pelo pouco espaço dado pelo Jornal A Tarde, o principal do estado na época e um dos principais ainda hoje, no periódico de 19 de Setembro de 1932:
Cquote1.svgO S.C. Bahia derrotou o S.C. Vitória no encontro de ontem, de 3x0 gols, estes marcados no primeiro tempo, quando o campeão bahiano actuou muito bem, com bello padrão de jogo. Os três pontos foram verdadeiramente techinicos, producto da inteligente combinação das linhas. De todos, o mais bello foi o gol de Raúl, calma, consciência, tendo a frente o beck e o keep, o lado direito de De-Vecchi bem defendido, colocou na esquerda. Só mesmo Araquém marcou um assim, aqui na Graça. O gol só valeu pela partida.Cquote2.svg
— 
Crônica doA Tarde no dia seguinte ao jogo.[5]
O primeiro triunfo do Vitória sobre o rival só aconteceria no dia 2 de julho de 1934, pelo placar de 4 a 3.[7] A curiosidade negativa que marcou a primeira vitória do rubro-negro sobre o time que anos depois se tornaria seu grande arquirrival, foi o suicídio do jogador Bitonha, do Bahia. Após discordar da atitude do árbitro Vivaldo Tavares, que ordenara a repetição de um pênalti a favor do Vitória por uma irregularidade na primeira cobrança, Bitonha partiu pra cima do juiz e o agrediu. A briga foi tão feia que Vivaldo nem retornou ao gramado. Bitonha, além de receber o cartão vermelho, foi preso ali mesmo. No dia seguinte, ao ver sua foto estampada nos jornais como o principal personagem da confusão, Bitonha envergonhou-se e acabou se suicidando com cianureto.[8] [9]

A maior goleada[editar | editar código-fonte]

No começo, as goleadas em favor do Bahia eram frequentes, afinal, o Vitória só foi se profissionalizar em 1953. O Tricolor baiano já venceu de 10 por duas vezes. O Vitória, às vezes, conseguia surpreender e em 1948, por exemplo, aplicou um surpreendente 7 a 1.
A maior goleada do clássico aconteceu em 1939, quando o Bahia aplicou um imperioso 10 a 1. Ao contrário do ano anterior (1938), que em apenas dois jogos o Vitória havia sofrido 19 gols do rival (um 9 a 4 e outro 10 a 2), no novo ano as coisas aparentavam ter mudado. Em três jogos que haviam ocorrido tivemos equilíbrio, com uma vitória para cada e um empate. No fim daquele ano foi organizado um amistoso com o intuito de arrecadação, marcada para o dia de Nossa Senhora da Conceição da Praia.

O surgimento da rivalidade[editar | editar código-fonte]

Os primeiros Ba-Vis da história, porém, não foram cercados por toda a expectativa e rivalidade que cercam os clássicos disputados nos dias de hoje. Afinal, na década de 30Bahia e Vitória ainda não eram os clubes mais vencedores do estado, e sequer os mais tradicionais da capital, Salvador. Tampouco tinham torcidas representativas. Em 1932, ano do primeiro Ba-Vi, o Bahia completava seu primeiro aniversário. O Vitória, ainda com um futebol semi-amador, vivia a fase de transição para o profissionalismo e o esporte principal disputado no clube era o remo.
A partir da década de 50, com a popularização dos dois clubes que anos mais tarde se tornariam os maiores da Bahia, o Ba-Vi passou a ganhar seus contornos de rivalidade e emoção, fato que tornou cada confronto entre os clubes um imenso atrativo para os baianos, em jogos que sempre atraem milhares de torcedores e geram repercussão nacional.

O surgimento da rivalidade[editar | editar código-fonte]

Os primeiros Ba-Vis da história, porém, não foram cercados por toda a expectativa e rivalidade que cercam os clássicos disputados nos dias de hoje. Afinal, na década de 30Bahia e Vitória ainda não eram os clubes mais vencedores do estado, e sequer os mais tradicionais da capital, Salvador. Tampouco tinham torcidas representativas. Em 1932, ano do primeiro Ba-Vi, o Bahia completava seu primeiro aniversário. O Vitória, ainda com um futebol semi-amador, vivia a fase de transição para o profissionalismo e o esporte principal disputado no clube era o remo.
A partir da década de 50, com a popularização dos dois clubes que anos mais tarde se tornariam os maiores da Bahia, o Ba-Vi passou a ganhar seus contornos de rivalidade e emoção, fato que tornou cada confronto entre os clubes um imenso atrativo para os baianos, em jogos que sempre atraem milhares de torcedores e geram repercussão nacional.

Comparativo recente[editar | editar código-fonte]

Com a conquista do Campeonato Brasileiro de 1988 pelo Bahia, pensou-se na teoria que o tricolor assumiria de vez o comando do futebol no estado, sem adversários à sua altura - o tricolor já havia sido tetracampeão baiano de 1981 a 1984 e tricampeão de 1986 a 1988. Entretanto, foi exatamente a partir daí que o Vitória reagiu e diminuiu a hegemonia do futebol baiano, conquistando a maioria dos campeonatos estaduais (em 25 anos, foram 16 títulos estaduais para o rubro-negro), e vencendo a grande maioria dos Ba-Vis desde então.
Dentre os resultados e conquistas recentes, o Vitória tem tido superioridade sobre seu maior rival, o que em décadas anteriores ocorria ao contrário, quando a superioridade era tricolor. Somente na década de 2000 (entre 2000 e 2009), foram oito títulos baianos conquistados pelo rubro-negro (2000200220032004200520072008 e 2009), contra um do tricolor, na edição de 2001.[10]
Em âmbito regional, também há um amplo domínio recente do rubro-negro, com as quatro conquistas da Copa do Nordeste, em 199719992003 e 2010, fato que consolidou o Vitória como o maior campeão do Nordeste (houve também uma edição conquistada em 1976). Pelo lado tricolor, destaca-se o bicampeonato nordestino nas edições de2001 e 2002, as duas únicas edições do torneio conquistadas pelo clube do Fazendão.
Levando-se em conta os números totais desde o primeiro clássico, realizado em 1932, o Bahia possui vantagem tanto em número de vitórias quanto em gols marcados, enquanto é do Vitória o maior número de goleadas recentes. Destacam-se o 6 a 2 aplicado no Baiano de 2005, o 5 a 1 aplicado durante a Copa do Nordeste de 2010, um novo 5 a 1 no Baiano de 2013 (jogo que marcou a inauguração da Arena Fonte Nova), além do 7 a 3 na primeira partida final desta mesma edição do Campeonato Baiano. Pelo lado tricolor, está a maior goleada do clássico (10 a 1, num jogo realizado em 1939).
É de se destacar que este salto recente do Vitória, em especial nas três últimas décadas se deve muito à construção do Estádio Manoel Barradas, o Barradão, inaugurado em Novembro de 1986. O Barradão foi um fator que alavancou o clube não só nacionalmente, haja visto o vice-campeonato brasileiro apenas sete anos após sua inauguração, mas também em sua disputa particular com o Bahia. Foi também após a construção do seu estádio que o Vitória praticamente dobrou a quantidade de títulos estaduais e conquistou mais quatro títulos nordestinos, tornando-se o maior campeão da Copa do Nordeste.

Rivalidades anteriores dos dois clubes

Antes do surgimento do Ba-Vi, o Bahia rivalizava com o Galícia, o Ypiranga e o Botafogo de Salvador, confrontos denominados "Clássico das Cores" (contra o Galícia), "Clássico do Povo" (contra o Ypiranga) e "Clássico do Pote" (contra o Botafogo). Os embates do Vitória contra Galícia, Ypiranga e Botafogo só ganhariam contornos de rivalidade mais tarde.
Ainda nos primórdios do futebol baiano e antes mesmo do Bahia ser fundado, o Vitória mantinha também um clássico com o antigo Clube de Natação e Regatas São Salvador, chamado "Ajuste de Contas". O São Salvador era muito popular naquela época, e foi uma das primeiras forças do futebol baiano, bicampeão do Campeonato Baiano nas edições de 1906 e 1907. Atualmente, o clube dedica-se apenas à prática de esportes aquáticos.


CompetiçãoJogos
disputados
Vitórias do
Bahia
Vitórias do
Vitória
EmpatesGols marcados
pelo Bahia
Gols marcados
pelo Vitória
Total de
gols marcados
Camp. Brasileiro (Séries A, B e C)3081111293261
Copa do Nordeste11452162339
Camp. Baiano334127101106441385826
Torneios nacionais12543111122
Torneios estaduais e/ou soteropolitanos3511177414182
Jogos amistosos502211179269161
Total4721771491466305611191

Comparativo de títulos[editar | editar código-fonte]

Competições nacionais,
regionais e estaduais
BahiaVitória
Campeonato Brasileiro20
Taça Brasil - Zona Nordeste[12]42
Taça Brasil - Zona Norte-Nordeste[13]30
Copa do Nordeste25
Campeonato Baiano4627
Torneio Início da Bahia911
Taça Estado da Bahia33
Total6948

Títulos da dupla Ba-Vi por década[editar | editar código-fonte]

Campeonato BaianoBahiaVitória
1905 a 190902
1910 a 191900
1920 a 192900
1930 a 193950
1940 a 194960
1950 a 195963
1960 a 196942
1970 a 197991
1980 a 198973
1990 a 199956
2000 a 200918
2010 a 201532
Total4627
Copa do NordesteBahiaVitória
1970 a 197901
1980 a 198900
1990 a 199902
2000 a 200921
2010 a 201501
Total25
Torneio Início da BahiaBahiaVitória
1920 a 192901
1930 a 193950
1940 a 194905
1950 a 195913
1960 a 196921
1970 a 197910
1980 a 198901
Total911
Taça Estado da BahiaBahiaVitória
2000 a 200933
Total33

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